Estão dispostos a disponibilizar uma ferramenta tecnológica que promete otimizar o trabalho e alavancar as vendas? Espero que não. Com tantos verbos “refinados”, sua redação pode parecer impecável aos olhos de muitos, menos para a língua portuguesa.
Não foram poucas as ocasiões em que encontramos textos excessivamente preocupados com a sofisticação, mas sem objetividade e clareza de ideias. Aliás, os verbos acima parecem ter entrado definitivamente no dicionário do marketing empresarial.
Termos mais rebuscados podem dar um charme a mais à mensagem. Mas a exceção deu lugar ao exagero e já contamina textos jornalísticos. Em vez de ter, as empresas agora possuem, como se possuir um carro fosse rigorosamente o mesmo do que possuir uma qualidade; exibem – talvez em algum showroom – ou contam com uma variada linha de produtos. E ninguém mais impulsiona ou desenvolve os negócios. A regra é alavancar. Aperfeiçoar um trabalho? Nem pensar, vamos sim é otimizar. Mas que tal alavancar esse termo e “excelentizar”?
Às vezes, a insistência gera erros. O que dizer de operacionalizar, quando poderíamos “apenas” operar um equipamento? Aliás, já li a respeito de várias máquinas que utilizam avançada tecnologia e prometem revolucionar um setor. De tão modernas, elas são capazes de utilizar e prometer coisas!
É claro que não há receita certa para escrever bem. Pelo contrário, isto costuma ser tarefa bem complicada. Mas um ingrediente não pode faltar: a simplicidade. Um texto sem rodeios torna sua redação mais ágil, transmite mais facilmente um pensamento, além de ampliar a capacidade de negociação com clientes e fornecedores.
Nunca é demais lembrar que escrever é como contar uma história a um amigo, com começo, meio e fim, sem milonga. Então, por que complicar? Afinal, sua redação não vai se transformar em uma obra literária.
Pensem nisto com carinho e comecem a treinar. Nada de enfeites e neologismos. Ser simples já é um cartão de visitas e tanto.
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