Quantas vezes já não ouvimos a empresa afirmar que cresceu 20%, 30%, 50%… que superou as metas em 10%, 15%? Definitivamente, a calculadora de muitos empresários e executivos ainda não admite números terminados com 1, 4, 7. Poucos já jogaram o chutômetro para escanteio e continuam a insistir em arredondamentos.
Infelizmente, ainda é comum vermos porta-vozes abrirem mão de números precisos, fidedignos, em nome do chutômetro. Não há má intenção nesta atitude, e sim uma percepção de que mencionar um número cheio é suficiente para satisfazer os jornalistas. Quem ainda acredita que a imprensa se contentará com indicadores duvidosos?
Informações como “crescemos 30%”, “vendemos 50% a mais” e “ampliamos 100%” são vazias, dão a clara impressão de serem pouco fundamentadas e, certamente, não despertarão a atenção dos jornalistas. Primeira pergunta: a empresa cresceu em que quesito? Faturamento, carteira de clientes, volume de transações ou vendas? Seja preciso. Se houver alguma restrição ou resistência da empresa em divulgar esses indicadores, o melhor caminho é simplesmente não apresentá-los em vez de maquiá-los.
“Incrementamos em 18,5% nosso faturamento em 2016 comparando com o mesmo período de 2015”; “O departamento comercial registrou alta de 14,7% em exportações para a América Latina nos três primeiros meses do ano” ou “a empresa ampliou em 7,05% a equipe de produção diante do bom momento da economia”. Estão aí bons exemplos para serem utilizados pelas assessorias de imprensa, dados que serão considerados verossímeis e despertarão entre os jornalistas a sensação de transparência do porta-voz.
Indicadores como estes reforçam a credibilidade e ampliam as possibilidades de exposição. Podem gerar, mais facilmente, entrevistas exclusivas, notas com gráficos e até participação em programas de TV, a não ser que a conta final do balanço tenha dado 30,000000%.